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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Banda "Baiana System" apresenta um novo axé

Líder de movimento que ‘reinventa’ o ritmo, grupo divulga novo disco em São Paulo


Há algum tempo o axé não diz mais “joga a mãozinha para o alto e tira o pé do chão”. Com a perda de espaço do ritmo, que consagrou o Carnaval de Salvador a partir dos anos 1980, para gêneros como o sertanejo e o funk, a música popular baiana precisou se reinventar.
Foi então que surgiram bandas como a Baiana System, primeiro um nome proeminente no underground, depois um fenômeno comercial no Estado, que já dá passos largos fora dele. Nos próximos dias 27 e 28, o grupo lança seu segundo disco, “Duas Cidades”, em São Paulo.
O álbum será apresentado na choperia do Sesc Pompeia, com participação do pernambucano Siba (que no ano passado foi premiado pelo disco “De Baile Solto”, pelo Multishow). No show dos Novos Baianos na Concha Acústica eles convidaram Ney Matogrosso.
“Já houve o olhar à produção musical do Sudeste, do Recife, do Pará... Na Bahia, muita coisa vem acontecendo há algum tempo, mas tudo era muito diluído. Agora, está ganhando atenção”, diz Roberto Barreto, idealizador do projeto, que toca guitarra baiana na banda.
O instrumento, criado pela lendária dupla Dodô e Osmar nos anos 1940 e responsável pela criação do trio elétrico, norteia o trabalho do grupo e ganha bases de dub e groove, dialogando com música eletrônica, jamaicana e caribenha.
“Começamos com a ideia de fazer um trabalho diretamente ligado à guitarra baiana, inserindo-a dentro de outro universo, que não necessariamente o do Carnaval”, explica. Na prática, porém, o universo da folia foi determinante.
A banda desfila na festa desde sua criação, em 2009, mas por alguns anos atraiu grupos pequenos, formados principalmente por foliões do tipo “esquisitões”, irritados com a cultura do abadá.
Nesta quarta (18), cenas de multidões atrás do “Navio Pirata” -como foi batizado o trio elétrico do grupo- impressionam pelo engajamento do público, em uma espécie de êxtase com o som potente da banda.
O trio, diz Barreto, é para a Baiana System um grande sound system -sistema de som improvisado em festas de rua, popularizado na Jamaica nos anos 1950.
Nova indústria
Além do guitarrista e da colaboração constante de DJs, integram o grupo o vocalista e compositor Russo Passapusso, o baixista SekoBass e o ilustrador e designer Filipe Cartaxo, responsável pela identidade visual e pela máscara distribuída nos shows, símbolo da estética do projeto.
Já popularizada no mainstream de Salvador, embora permaneça independente, a Baiana encabeça um movimento que tenta ressignificar a indústria musical baiana, que já não consegue mais se sustentar no axé. Nomes como Orkestra Rumpilezz, Manuela Rodrigues e Marcia Castro acompanham o fluxo.
Também reflete um novo momento do Carnaval da capital, em que cordas e abadás caríssimos dão cada vez mais espaço a trios independentes. “Aos poucos, o Carnaval precisou mudar. Começou a haver o questionamento sobre o espaço público na festa e a perda de liberdade em nome do mercado.”
Quanto ao segundo disco, Roberto avalia que a banda está mais madura. “O primeiro [lançado em 2010] foi um esboço de ideias, produzido de forma quase caseira”, lembra. “No ‘Duas Cidades’, há o inverso do que normalmente acontece: nós já estávamos na estrada tocando as músicas e sintetizamos isso para o disco, a partir do resultado que tivemos ao vivo”.
                                               Fonte> http://www.folhape.com.br/cultura/2016/5/banda-baiana-system-apresenta-um-novo-axe-0243.html

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