Durante o Carnaval, grupo desfila novidades do segundo álbum com convidados como Márcio Victor e As Ganhadeiras de Itapuã
De cima do trio elétrico, os integrantes da BaianaSystem olham para baixo e observam o público. O suor marca cada um dos rostos que parecem estar em transe, uns de olhos fechados, outros vestindo as disputadas máscaras de Filipe Cartaxo. Os corpos em movimento anunciam: está começando mais um Carnaval.
“Quando a gente olha para baixo, vê muitas manifestações. Roda, pulo, salto, gente que requebra, remexe, esquiva... Somos um recorte da cidade e montamos o quebra- cabeça com o público”, observa Russo Passapusso, 33 anos, vocalista do grupo que está prestes a lançar seu segundo álbum.
Ontem, no Furdunço, a BaianaSystem mostrou um pouco do disco ainda sem nome, previsto para março, e uma prévia do seu Carnaval que vai passar por Cajazeiras, Praça Castro Alves, Pelourinho e Furdunço, de novo, na sexta.
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Há três dias do início oficial da festa de Momo, que tem como tema Vem Curtir a Rua, o folião já está fazendo o seu Carnaval. São tribos cada vez mais diversas atrás da pipoca que a BaianaSystem faz desde seu surgimento, em 2010. “Pra gente esse sempre foi o tema. Essa é a lógica, é o que faz o Carnaval ser Carnaval, enquanto acontecimento social”, garante o guitarrista Robertinho Barreto, 44.
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É muito importante que a gente entenda esse meio de produção. Vem do soundsystem, vem do eletrônico, vem do reciclável. Não é um processo estático. Os antigos jamaicanos faziam isso. O samba-reggae é assim. A Bahia e a Jamaica têm esse processo muito forte”, explica Russo.
Do circuito independente, a banda já rodou o Brasil, fez turnê internacional que passou pela China, virou trilha do jogo Fifa 16 e até de aula de suingue baiano, nas academias, ao lado de bandas como Vingadora e Psirico. “Sério? Não sabia disso!”, surpreende-se Russo, aos risos.
“Acho maravilhoso! Só lembro de Leo Brau e Erica Ribeiro, que tiveram a expressão corporal filmada no clipe de Playsom”, elogia, ao citar os dançarinos da música que tem participação de Márcio Victor, do Psirico, na percussão. O novo álbum da Baiana inclui as Ganhadeiras de Itapuã e artistas como Rowney Scott, Siba, Marcelo Galter e Jun
ix 11.
“O que acontece com a BaianaSystem, que agrada todo mundo, é que os caras são mente aberta, né, bicho? Os caras são massa, a música é bem feita... A semelhança que vejo do público do Psirico gostar é que a Baiana mistura um pouquinho de tudo”, destaca Márcio Victor, 36 anos.
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Russo concorda: “Existem preconceitos, mas a gente não cai neles. Seja no Carnaval que é livre, seja no espaço privado. Existe ali um elemento que está relacionado diretamente ao que a galera sente. A música alimenta a alma”.
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